Banco da Inglaterra mantém juros e alerta para incerteza global
Publicado 20/03/2025 • 12:44 | Atualizado há 1 mês
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Publicado 20/03/2025 • 12:44 | Atualizado há 1 mês
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Reprodução/Wikipedia
O Banco da Inglaterra manteve as taxas de juros inalteradas nesta quinta-feira (20), enquanto a economia do Reino Unido enfrenta incertezas relacionadas ao comércio global e uma possível estagnação interna.
A decisão amplamente esperada manteve a taxa básica de juros em 4,5%.
Em comunicado, o banco informou que seu Comitê de Política Monetária (MPC) votou por 8 a 1 a favor da manutenção dos juros. Um membro do comitê defendeu uma redução de 25 pontos-base.
“Desde a última reunião do MPC, a incerteza sobre a política comercial global se intensificou, e os Estados Unidos anunciaram uma série de tarifas, às quais alguns governos já responderam”, destacou o comunicado.
“Outras incertezas geopolíticas também aumentaram, e os indicadores de volatilidade nos mercados financeiros subiram globalmente.”
Paul Dales, economista-chefe do Reino Unido na Capital Economics, afirmou que o Banco da Inglaterra estava “propenso a continuar seu padrão de cortar-manter-cortar-manter, deixando os juros em 4,5% hoje. No entanto, ao contrário da última reunião em fevereiro, a votação foi mais rígida do que o esperado.”
Na última manutenção das taxas, em dezembro, três membros do MPC haviam votado por um corte, enquanto agora apenas um apoiou essa medida.
A decisão ocorre em meio a desafios econômicos tanto internacionais quanto domésticos. No cenário global, destaca-se a incerteza em torno das tarifas comerciais dos EUA, com impactos potenciais sobre a inflação e o crescimento econômico do Reino Unido.
A economia britânica tem mostrado sinais de enfraquecimento, com uma contração de 0,1% no PIB em janeiro. Em fevereiro, o Banco da Inglaterra reduziu sua previsão de crescimento para 2025 pela metade, para apenas 0,75%.
Nesta quinta, o banco observou que os indicadores de negócios recentes sugerem fraqueza no crescimento econômico e na intenção de contratação.
Além disso, em fevereiro, o banco projetou que a inflação subiria temporariamente para 3,7% no terceiro trimestre de 2024, impulsionada pelo aumento dos custos de energia.
Em janeiro, a inflação do Reino Unido já havia subido para 3%, acima das expectativas.
Hussain Mehdi, diretor de estratégia de investimentos do HSBC Asset Management, afirmou que a reunião foi “desafiadora” para o Banco da Inglaterra devido ao cenário incerto.
“O tom estagflacionário dos dados econômicos recentes faz com que o MPC equilibre as preocupações com a inflação contra os riscos de crescimento fraco e baixa confiança.
Por enquanto, a inflação parece ser a principal preocupação, refletida na decisão de apenas um membro do MPC votar pela redução dos juros”, afirmou.
No entanto, Mehdi acrescentou que, no futuro, o MPC pode dar mais peso aos dados de crescimento, considerando a elevada incerteza da política global e a confiança enfraquecida, que podem levar a uma desaceleração mais acentuada do que o esperado.
O Banco da Inglaterra indicou que, com base em suas projeções de médio prazo para a inflação, será necessária uma abordagem “gradual e cuidadosa” para a retirada das restrições monetárias.
No entanto, o banco ressaltou que qualquer mudança dependerá do comportamento da economia.
“Se houver uma fraqueza maior ou mais duradoura na demanda em relação à oferta, isso pode reduzir as pressões inflacionárias, justificando uma trajetória menos restritiva para a taxa básica de juros”, afirmou o banco.
“Por outro lado, se a oferta for mais restrita em relação à demanda e houver maior persistência no crescimento dos salários e preços domésticos, incluindo efeitos secundários do aumento temporário da inflação, isso poderia justificar uma política monetária mais rígida.”
Paul Dales, da Capital Economics, observou que, embora o tom do comunicado do banco tenha apresentado alguns elementos mais suaves, houve um reforço da postura cautelosa.
“Em outras palavras, há um apetite menor por cortes rápidos nos juros e uma preferência crescente por manter a atual trajetória de cortes, no máximo”, explicou.
Após a decisão, a libra esterlina caiu 0,3% em relação ao dólar às 12h28 (horário de Londres).
Enquanto isso, os rendimentos dos títulos do governo britânico (gilts) recuaram. O rendimento dos títulos de 10 anos caiu mais de quatro pontos-base.
A reunião aconteceu poucos dias antes da implementação de mudanças na tributação do governo do Reino Unido, criticadas por empresas. Elas temem que o aumento da carga tributária prejudique o crescimento, os investimentos e o emprego.
Além disso, no próximo dia 26 de março, a chanceler britânica Rachel Reeves apresentará a “Declaração da Primavera” (Spring Statement), trazendo atualizações sobre os planos econômicos do governo.
A ministra das Finanças está sob pressão para reduzir os gastos públicos, aumentar impostos ou flexibilizar as regras fiscais, em meio aos custos elevados de endividamento do governo.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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