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Elon Musk pressiona Trump por recuo em tarifas

Publicado 08/04/2025 • 09:00 | Atualizado há 3 semanas

Redação Times Brasil

KEY POINTS

  • Elon Musk tenta reverter tarifas de Trump, mas enfrenta resistência dentro da Casa Branca
  • Empresários se mobilizam para formar frente informal contra medidas protecionistas
  • Tesla sofre com queda nas ações e crise de imagem impulsionada pelo embate político
Elon Musk, o bilionário fundador da Tesla, tem feito apelos diretos ao próprio Trump para tentar reverter o plano agressivo de tarifas comerciais

Agência Estado

Enquanto fazia uma série de postagens nas redes sociais criticando Peter Navarro, um dos principais assessores econômicos do presidente Donald Trump e visto como um dos principais “arquitetos” do plano tarifário, o empresário Elon Musk também atuava nos bastidores. O bilionário fundador da Tesla tem feito apelos diretos ao próprio Trump para tentar reverter o plano agressivo de tarifas comerciais, segundo reportagem do The Washington Post.

De acordo com fontes a par das conversas, diz o jornal americano, Musk tentou intervir pessoalmente, mas, até agora, sem sucesso. Na segunda-feira (7), Trump ameaçou aplicar uma nova tarifa de 50% sobre importações chinesas — somada aos 34% já anunciados na semana anterior.

Em meio à controvérsia, Elon Musk publicou um vídeo no X (antigo Twitter) com o economista conservador Milton Friedman defendendo os benefícios do livre comércio. O vídeo mostrava como a produção de um simples lápis envolve a colaboração internacional — o que Friedman chamava de “operação impessoal dos preços”.

O posicionamento de Musk expõe um dos maiores rompimentos entre o presidente americano e um de seus mais proeminentes apoiadores – Musk investiu quase US$ 290 milhões em apoio a Trump e outros republicanos nas eleições do ano passado.

No sábado, o empresário mirou Peter Navarro, conselheiro comercial da Casa Branca e um dos idealizadores das tarifas, ironizando sua formação:
— Um PhD em economia por Harvard é algo ruim, não bom — escreveu Musk.

Navarro não comentou o ataque. Já a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, respondeu:
— O presidente reuniu um time de indivíduos altamente talentosos, com ideias diferentes, sabendo que ele é quem decide. Por isso, esta administração fez mais em dois meses do que a anterior em quatro anos.

Durante um encontro com o vice-primeiro-ministro da Itália, Matteo Salvini, Musk afirmou desejar uma “zona de livre comércio” entre Europa e Estados Unidos, com tarifa zero, além de maior liberdade para que profissionais possam se mover entre os continentes.
— Essa tem sido minha recomendação ao presidente — declarou.

CEO da montadora de veículos elétricos Tesla, Elon Musk sempre considerou as tarifas um obstáculo aos negócios. A Tesla atua fortemente tanto nos Estados Unidos quanto na China, e medidas protecionistas afetam diretamente a empresa.

Não é a primeira vez que Musk se posiciona contra tarifas. Durante o primeiro mandato de Trump, a Tesla chegou a processar o governo americano para tentar anular impostos sobre peças importadas da China – assunto que teve o aval de Musk inicialmente. Em 2020, após a abertura do processo, no entanto, o bilionário criticou seus próprios executivos por levarem adiante a ação, temendo repercussões entre apoiadores da política America First.

Outros empresários do setor de tecnologia também expressaram frustração com as tarifas e com a falta de influência nas decisões da Casa Branca. O investidor Joe Lonsdale, por exemplo, escreveu no X que alertou aliados do governo sobre os danos que as tarifas poderiam causar às empresas americanas.

Um grupo informal de líderes empresariais começou a se articular para pressionar o governo por uma abordagem mais moderada. Muitos esperavam que figuras como o secretário do Tesouro, Scott Bessent, pudessem convencer Trump a adotar políticas menos agressivas.

No entanto, a postura fortemente protecionista do secretário de Comércio, Howard Lutnick — antes visto como elo entre Musk e Trump — surpreendeu negativamente os empresários.

O impasse entre Trump e Musk acontece a poucas semanas de uma possível saída do bilionário de seu cargo na administração americana – algo que tem sido especulado, mas ainda não confirmado. Também coincide com o momento em que a Tesla enfrenta queda na demanda, agravada pela exposição política do executivo.

Dan Ives, analista da Wedbush Securities, reduziu o preço-alvo das ações da Tesla de US$ 550 para US$ 315:
— A Tesla virou um símbolo político global… e isso é péssimo para a empresa e sua marca, que enfrenta agora um furacão de crise — escreveu.

As ações da Tesla fecharam a segunda-feira cotadas a US$ 233,29, queda de mais de 2,5%. No acumulado do ano, a empresa já perdeu mais de 38% de seu valor de mercado.

Na tentativa de se reaproximar da Casa Branca, Musk compartilhou mais tarde uma publicação da conta oficial do Escritório do Representante Comercial dos EUA, que defendia as tarifas com base em práticas desleais de comércio internacional.
— Bons pontos — comentou.

Nem mesmo o irmão de Elon, Kimbal Musk — também membro do conselho da Tesla — poupou críticas:
— Quem diria que Trump seria o presidente mais tributador em gerações. Com sua estratégia tarifária, ele criou um imposto estrutural permanente sobre o consumidor americano — afirmou no X.

As declarações vieram menos de um mês após ele ter agradecido a Trump por promover um evento com carros da Tesla no gramado da Casa Branca.

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