Iene japonês e franco suíço são as principais proteções contra tarifas de Trump, segundo analistas
Publicado 07/04/2025 • 12:24 | Atualizado há 3 semanas
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Publicado 07/04/2025 • 12:24 | Atualizado há 3 semanas
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Donald Trump, presidente dos Estados Unidos
RS/Fotos Públicas
Investidores estão recorrendo a ativos considerados seguros depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma série de tarifas recíprocas na semana passada — e alguns estão apostando no iene japonês, em títulos públicos e em alguns outros ativos “exóticos”.
“O iene japonês será uma boa — e provavelmente a melhor — alternativa para se proteger das tensões comerciais e de uma recessão nos EUA, por uma série de razões já conhecidas”, afirmou Ebrahim Rahbari, chefe de estratégia de juros da Absolute Strategy Research.
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“Está barato, a provável queda nas taxas de juros dos EUA reduzirá a diferença em relação ao iene e, embora o Japão seja um importante exportador, sua dependência do comércio é atualmente menor, especialmente porque a política fiscal tem sido flexível”, disse ele por e-mail à CNBC.
Segundo dados da LSEG, o iene se valorizou cerca de 3% frente ao dólar desde 2 de abril. Rahbari acrescentou que o franco suíço é outro “candidato óbvio” como proteção para investimentos. O franco também se valorizou mais de 3%, alcançando 0,846 por dólar americano — o maior nível em seis meses.
Esses movimentos ocorrem enquanto outras moedas ao redor do mundo perdem força.
Outro estrategista reforçou a visão de que tanto o iene quanto o franco suíço estão entre as melhores opções para amenizar os impactos das tarifas de Trump.
“Tanto o iene japonês quanto o franco suíço são boas moedas para ajudar a mitigar a reação imediata do mercado às tarifas”, disse Matt Orton, chefe de soluções de consultoria e estratégia de mercado da Raymond James Investment Management.
No entanto, Orton acredita que o franco suíço funcionará melhor como proteção do que o iene, considerando as incertezas em torno do ritmo de aumento das taxas de juros pelo Banco do Japão.
O iene costuma se sair bem em períodos de recessões globais ou crises, segundo Jeff Ng, chefe de estratégia macro para a Ásia do Sumitomo Mitsui Banking Corporation. “Mesmo que o mundo evite um pouso forçado, [o iene] ainda pode ter um bom desempenho, caso o Banco do Japão continue subindo os juros enquanto outros bancos centrais começam a cortar”, disse ele.
Contudo, ele alertou que a economia japonesa também enfrenta pressões por causa das tarifas de Trump, especialmente sobre automóveis e componentes. E uma economia em desaceleração pode levar o Banco do Japão a manter os juros baixos, o que enfraqueceria o iene.
Uma questão mais interessante, segundo Rahbari, é se haveria opções de proteção mais “exóticas” além dos refúgios clássicos. Ele citou o real brasileiro como uma dessas possibilidades.
“A ideia é que está barato, oferece um bom retorno e está relativamente menos exposto ao comércio global”, disse Rahbari, acrescentando que o real tem sido uma das moedas com melhor desempenho neste ano.
Investidores também estão buscando liquidez e ativos de menor risco, como títulos do Tesouro e outros papéis de renda fixa.
Os rendimentos dos títulos estão caindo, refletindo o aumento da demanda. O rendimento do título do Tesouro dos EUA de 10 anos caiu 6% desde 2 de abril, atingindo 3,873% nesta segunda-feira.
Já o rendimento do título público japonês de 10 anos despencou para 1,05% na segunda-feira — uma queda de 28,52% em relação ao fechamento de 1,469% em 2 de abril. É o nível mais baixo desde dezembro de 2024.
A postura mais conservadora tem dominado os mercados, com os investidores vendendo ações em favor de títulos do Tesouro, barras de ouro, contratos futuros do dólar, barris de petróleo, opções de compra baseadas em volatilidade, opções de venda sobre índices acionários e contratos de previsão, segundo José Torres, economista sênior da Interactive Brokers.
O preço do ouro chegou a um recorde logo após o anúncio das tarifas recíprocas. Apesar de uma leve correção desde então, o metal precioso continua sendo negociado em níveis elevados. Analistas esperam que ainda haja espaço para mais valorização, enquanto os mercados globais seguem em alerta.
“O ouro continua favorecido pelas incertezas crescentes no comércio, tensões geopolíticas, enfraquecimento do dólar, aumento das compras por bancos centrais e maiores riscos de recessão”, disseram analistas da BMI.
Ng, do SMBC, afirmou que o ouro costuma ser um refúgio seguro em tempos de crise financeira, destacando que a demanda de famílias e governos continua resiliente. Ainda assim, ele alerta: “os preços estão esticados para cima”.
Segundo Adrian Ash, diretor de pesquisa da BullionVault, os fatores que impulsionaram o forte início do ouro em 2025 se intensificaram com o anúncio das tarifas de Trump.
“O comércio mais fraco, os custos de produção mais altos e as margens de lucro menores estão prejudicando seriamente o mercado acionário, enquanto a desconfiança geopolítica aumenta. Esse cenário pessimista para o crescimento econômico é o pano de fundo ideal para mais ganhos no ouro”, afirmou.
As ações nos Estados Unidos encerraram uma semana brutal para os investidores na última sexta-feira, com queda de 9,08%, segundo dados da FactSet. As medidas de Trump alimentaram temores de uma desaceleração econômica global. O JPMorgan, por exemplo, elevou de 40% para 60% a probabilidade de uma recessão nos EUA e no mundo até o fim do ano.
“Não há interesse em ações neste momento”, concluiu Orton, da Raymond James Investment Management.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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