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Briga entre Trump e Moraes amplia incertezas e pressiona bancos brasileiros com perdas bilionárias
Publicado 19/08/2025 • 21:41 | Atualizado há 2 meses
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Publicado 19/08/2025 • 21:41 | Atualizado há 2 meses
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Cinco das maiores instituições bancárias brasileiras registraram, na terça-feira (19) perdas que, somadas, chegam a R$ 41,98 bilhões em valor de mercado, segundo dados do especialista Einar Rivero, CEO da Elos Ayta Consultoria. Os bancos foram: Itaú Unibanco, BTG Pactual, Bradesco, Banco do Brasil e Santander Brasil. O montante se aproxima do valor da Caixa Seguradora, atualmente avaliada em R$ 40,74 bilhões, segundo a análise.
Somente no pregão desta terça-feira, todas as empresas listadas na B3 sofreram uma perda conjunta de R$ 88,44 bilhões, o que equivale ao valor de mercado da JBS, atualmente em R$ 87,92 bilhões, aponta o especialista.
Os dados mostram a variação diária de cada banco, em comparação com o pregão anterior:
Em entrevista exclusiva ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, avaliou a queda no mercado, atribuindo a variação às incertezas econômicas geradas pelas políticas monetárias do presidente americano, Donald Trump, que tendem a permanecer.
O maior impacto no setor bancário ocorre devido à possibilidade de esses bancos, que possuem operação nos EUA, sofrerem sanções do governo americano. Isso ocorre principalmente porque essas instituições podem ter relações financeiras com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que sofreu a aplicação da Lei Magnitsky.
“Eventualmente, o sistema financeiro vai ter que tomar uma decisão muito complicada, entre garantir a sua sobrevivência lá fora como instituição financeira e lidar com esse cenário de aplicação da lei aqui dentro do Brasil.”
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Ibovespa B3 recua 2,1% com queda de bancos e Raízen; DI encerra em alta
O mercado financeiro brasileiro também sentiu o efeito da tensão entre Brasil e EUA e registrou forte instabilidade nesta terça-feira. O Ibovespa B3 encerrou o pregão em forte queda, acompanhando o movimento negativo das ações de bancos e da Raízen.
O principal índice da B3 recuou 2,10%, perdendo 2.889 pontos, e fechou aos 134.432 pontos. As ações da Raízen PN tiveram recuo de 10,43%, negociadas a R$ 1,03, liderando as perdas do pregão. As da Petrobras PN caíram 1,19%, cotadas a R$ 30,00.
O dólar subiu e alcançou o nível de R$ 5,50. Com máxima de R$ 5,5059, encerrou o pregão em alta de 1,22%, a R$ 5,5009 – maior valor de fechamento desde o último dia 5.
Sobre a alta da moeda norte-americana — muito maior no Brasil do que a tendência global — Sergio Vale afirma que isso ocorre por uma “percepção de risco específica do Brasil”.
“A gente entra em um cenário de muita incerteza e, quando olha para frente, dado que não sabemos exatamente onde isso vai parar, qual o risco de fato que existe para os bancos nesse momento, o cenário acaba escalonando, como vimos, e há essa reação muito negativa da bolsa e do câmbio”, explica.
Apesar disso, ele afirma que não estamos em um cenário econômico “desastroso”. “A dificuldade é que não vemos uma luz no fim do túnel para isso. E isso coloca um pouco de insegurança, porque não está caminhando para uma solução muito pacífica no curto prazo”, aponta.
A decisão do ministro Flávio Dino sobre a aplicação da Lei Magnitsky no Brasil gerou impacto imediato no mercado financeiro, com os principais bancos perdendo cerca de R$ 42 bilhões em valor de mercado em apenas um dia, segundo dados do especialista Einar Rivero, CEO da Elos Aitá Consultoria.
Além disso, Mariana Almeida, comentarista do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, destacou a delicada posição das instituições financeiras. “ Os bancos ficaram com a percepção de que poderiam ser punidos se seguissem a Lei Magnitsky, mas também poderiam ser punidos se não a seguissem. Em outras palavras: de um lado há risco, do outro também. Essa indefinição acabou provocando um estrago expressivo: as ações desabaram.”, afirmou.
Ela também explicou que a medida aumenta as reações no país. “Essas duas decisões — a Lei Magnitsky e agora a de Flávio Dino — geraram reações recentes. Ambas foram tomadas sem esclarecer totalmente como se daria a implementação. E precisamos lembrar que vivemos em uma economia extremamente internacionalizada.”, completou.
Ela destacou ainda que a discussão não se restringe à esfera econômica, mas também envolve aspectos políticos. “Toda essa discussão de soberania e de proteção interna, que em teoria resguarda um país em detrimento de outro, entra em choque com a realidade das corporações globais. O próprio discurso de Donald Trump reforça o papel dos Estados nacionais. Mas, curiosamente, para as empresas, esse papel é cada vez menos relevante. Não é que não importe, mas os negócios hoje exigem diálogo, cooperação e convergência entre os países, já que o mercado é amplo e internacional.”, afirmou.
Ela ressaltou que a indefinição jurídica é o ponto mais crítico. “É preciso haver decisões, medidas e regras claras e transparentes. Hoje, quase tudo que se faz gera confusão, falta explicação e clareza. Nesse momento, é fundamental compreender qual é a real abrangência da decisão de Flávio Dino.”, finaliza.
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