Fictor: conheça o grupo que lidera aporte bilionário e consolidou expansão no Brasil

A aquisição do Banco Master, liderada pela Fictor Holding Financeira, acompanhada de um aporte de R$ 3 bilhões, marcou a entrada definitiva do grupo no sistema bancário brasileiro.

A operação, condicionada à aprovação do Banco Central e do Cade, integra o plano de expansão da holding, que já atua nos setores de alimentos, finanças e infraestrutura, e administra um conjunto de ativos que supera US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,33 bilhões, na cotação atual).

A Fictor ganhou ainda mais visibilidade nacional ao assinar, em março de 2025, um acordo de patrocínio com a Sociedade Esportiva Palmeiras para estampar sua marca como patrocinadora máster das categorias de base.

O contrato é de R$ 30 milhões por temporada, com duração inicial de três anos e opção de renovação por mais um.

Além de aparecer nas costas dos uniformes dos times profissionais masculino e feminino, a marca Fictor adquiriu os naming rights de um torneio Sub-17 do Palmeiras, que passará a se chamar “Copa Fictor”.

O anúncio repercutiu no mercado financeiro: as ações da Fictor Alimentos (FICT3), braço listado da holding, subiram 17% em apenas um dia, refletindo o impacto da exposição da marca no futebol.

Com 18 anos de atuação, a Fictor passa por um processo de consolidação que inclui abertura de capital de subsidiárias, ingresso internacional e crescimento acelerado por aquisições.

Sua estratégia está centrada na reorganização de empresas em fase de estresse financeiro, na ampliação da eficiência operacional e na formação de um portfólio diversificado.

História e evolução do grupo

A Fictor foi fundada com foco em soluções tecnológicas voltadas à logística e digitalização de processos corporativos. O negócio evoluiu ao longo dos anos para uma estrutura de holding de participações, ampliando sua atuação para setores considerados estratégicos para o mercado brasileiro.

A partir de 2017, após a venda de uma de suas principais empresas, o grupo passou a reinvestir o capital obtido em aquisições e expansão. Essa nova fase incluiu a entrada em áreas como energia, mercado financeiro e proteína animal, consolidando um conjunto de negócios que rapidamente aumentou em escala.

O crescimento resultou também em internacionalização. A Fictor abriu escritórios em Miami e Lisboa, com foco em operações financeiras B2B, oferta de crédito e prospecção de investidores no exterior. O escritório brasileiro segue sediado em São Paulo, coordenando as operações domésticas e parte da governança corporativa.

Estrutura societária e quem está por trás da Fictor

A Fictor é controlada pela Fictor Holding, que centraliza as decisões estratégicas e detém participações diretas e indiretas nas empresas do grupo. Em determinados setores, como o alimentício, a holding possui parceria com a Aqwa Capital, investidora com foco em agronegócio e ativos produtivos.

O grupo é liderado por três sócios principais:

• Rafael Góis, sócio-fundador e CEO, responsável pelas diretrizes gerais, governança e expansão por aquisições.
• Rafael Paixão, sócio ligado ao segmento financeiro e estruturação de produtos e serviços voltados ao crédito e fundos.
• Phillippe Rubini, responsável pelas relações corporativas, institucional e comunicação estratégica.

A combinação dessas competências orienta a tomada de decisões e define a estratégia multidisciplinar do conglomerado, que concentra desde operações industriais até produtos financeiros.

Modelo de negócios e setores de atuação

O modelo de gestão da Fictor é baseado na identificação de empresas com potencial de recuperação, aquisição de ativos subavaliados e reorganização operacional. Esse método vem sendo aplicado em três eixos principais: indústria alimentícia, serviços financeiros e infraestrutura/energia.

Na indústria alimentícia, o grupo reúne frigoríficos e ativos de processamento de proteína animal, com operações concentradas em Minas Gerais e na região Sul. O foco comercial inclui frango resfriado e linhas de produtos de maior valor agregado, como carnes temperadas e cortes especiais.

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No setor financeiro, a Fictor já controlava empresas como Fictor Asset (gestão de recursos), FictorPay (meios de pagamento) e unidades dedicadas ao crédito, como a FictorConsig.

A aquisição do Banco Master adiciona um banco tradicional ao portfólio, ampliando a capacidade de oferecer serviços de crédito, contas, operações estruturadas e financiamento.

A Fictor Alimentos e a entrada na Bolsa

A subsidiária Fictor Alimentos S.A. representa uma das principais frentes operacionais do grupo e responde por grande parte de seu faturamento. A empresa ingressou na B3 por meio de um IPO reverso, ao adquirir uma companhia já listada e, assim, antecipar o processo burocrático para abertura de capital.

O relatório de referência da Fictor Alimentos indica participações societárias, estrutura de governança e ativos distribuídos em diversas unidades industriais. Segundo dados públicos, a Fictor Holding detém cerca de 45,9% do capital da Fictor Alimentos, garantindo controle significativo sobre o braço alimentício.

A companhia também faz parte da estratégia de diversificação do grupo, com planos de exportação e foco em segmentos que exigem eficiência logística e qualidade produtiva.

Energia, infraestrutura e expansão para novos mercados

A Fictor mantém investimentos contínuos em usinas solares, hidrelétricas e termelétricas, com projetos em estados como Goiás, Amazonas e São Paulo. A empresa contabiliza plantas em operação e unidades em construção, reforçando o objetivo de contribuir para a matriz energética com foco em produção limpa e sustentável.

No segmento de infraestrutura, o grupo também atua em ativos imobiliários corporativos e soluções de armazenagem e logística, integrando esses projetos em sua cadeia de negócios e ampliando a capacidade de crescimento regional.

A Fictor declara basear sua atuação nos valores de integridade, lucratividade, simplicidade e colaboração. Esses princípios orientam decisões estratégicas, desde investimentos até comunicação institucional.

O grupo diz seguir compromisso com práticas ESG, com foco em governança, responsabilidade social e impacto ambiental reduzido. Esse posicionamento se reflete em setores como alimentos — com ênfase na regionalização da produção — e energia, com projetos voltados para fontes menos poluentes.

A empresa atua na análise rigorosa de riscos, na alocação precisa de capital e no desenvolvimento de soluções financeiras para oferecer suporte tanto a negócios internos quanto a clientes externos.

Desempenho financeiro e perspectivas de crescimento

A Fictor registrou crescimento expressivo na receita nos últimos anos. Segundo informações disponíveis, o grupo alcançou R$ 2 bilhões em faturamento em 2023 e avançou para R$ 3,5 bilhões em 2024, com projeção de atingir R$ 5 bilhões em 2025.

O volume total de ativos supera US$ 1 bilhão (R$ 5,33 bilhões), considerando a taxa de câmbio informada. Parte desses resultados decorre do avanço no agronegócio, da estruturação de operações financeiras e das atividades em infraestrutura.

O grupo também prevê investir R$ 1 bilhão em novas operações no ano vigente, incluindo expansão internacional, reforço do segmento financeiro e novas aquisições no setor de proteína animal.

A aquisição do Banco Master e seus efeitos estruturais

A compra do Banco Master adiciona uma instituição financeira completa ao portfólio da Fictor e deve reforçar sua atuação no setor bancário tradicional. O aporte de R$ 3 bilhões servirá para capitalização, adequação regulatória e reestruturação organizacional.

A operação inclui mudanças no conselho e na diretoria do banco, além da possibilidade de alteração do nome para Banco Fictor, vinculando a instituição à identidade corporativa do grupo. As funções bancárias poderão complementar atividades já existentes, como cobrança, crédito, antecipação e gestão patrimonial.

A aquisição depende de aprovação dos órgãos reguladores, etapa necessária para o banco ser integrado definitivamente à estrutura da Fictor.

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Felipe Pjevac

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