Carrefour: ações abrem o dia em alta, apesar de crise do grupo com produtores do país
Publicado ter, 26 nov 2024 • 10:31 AM GMT-0300 | Atualizado há 79 dias
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Publicado ter, 26 nov 2024 • 10:31 AM GMT-0300 | Atualizado há 79 dias
Fachada de uma unidade do Carrefour
Reprodução
As ações do Carrefour CRFB3 abriram o pregão nesta terça-feira em alta de 2,68%, cotada a R$ 6,89, as 10h25. Isso, apesar das notícias sobre o boicote da rede francesa à carne brasileira. Pouco antes do mercado abrir- cerca de 45 minutos antes – o grupo Carrefour soltou uma nota afirmando nunca terem tido a intenção de opor a agricultura francesa e brasileira. (Leia mais abaixo).
Ontem, as ações CRFB3 chegaram a cair mais de 2,26%. Mas no início da tarde, tinham leve alta. As empresas de frigorífico brasileiras, entretanto, não tiveram nenhuma variação negativa.
Analistas afirmam que, por enquanto, o boicote poderá afetar apenas as ações da empresa, não respingado no setor. “Ontem a ação chegou a subir pouco mais de 1%, talvez na ideia de que a situação vá se resolver logo com a possibilidade de retratação do Carrefour”, avalia Sérgio Vale, economista chefe da MB Associados.
Entenda o caso
O boicote dos produtores brasileiros ao Carrefour começou na última sexta-feira (22), com estimativas indicando que mais de 100 lojas Carrefour, Atacadão e Sam’s Club no Brasil foram impactadas.
A resposta foi dada após declarações do CEO global do Carrefour na França vias redes sociais, para interromper as compras de carne da região do Mercosul, porque não estariam aderindo aos padrões franceses. No comunicado oficial, o executivo ainda afirmou que s carnes brasileiras “não atendem às exigências e normas” dos europeus.
A declaração do CEO global do Carrefour tem como pano de fundo o acordo de livre comércio Mercosul-União Europeia previsto para ser implementado em 6 de dezembro, na próxima reunião do Mercosul. Este acordo gerou protestos em países da UE.
Ao Times Brasil – licenciado exclusivo CNBC, o ministro da Agricultura Carlos Fávaro disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) orientou o governo a defender a produção brasileira no embate com o Carrefour.
Em nota oficial, o Grupo Carrefour Brasil lamentou o impasse, reiterou sua estima pelo agronegócio brasileiro e afirmou que negocia uma saída. “Por isso, estamos em diálogo constante na busca de soluções que viabilizem a retomada do abastecimento de carne nas nossas lojas o mais rápido possível, respeitando os compromissos que temos com nossos mais de 130 mil colaboradores e com milhões de clientes em todo o Brasil”, disse a companhia.
Nota Carrefour França
No início da manhã, o Carrefour na França enviou nota, veja trecho:
Nunca quisemos opor a agricultura francesa à agricultura brasileira. França e Brasil são dois países que compartilham o amor pela terra, pelo cultivo e pela alimentação de qualidade.
Na França, o Carrefour é o primeiro parceiro da agricultura francesa: compramos quase toda a carne que necessitamos para as nossas atividades na França, e assim seguiremos fazendo. A decisão do Carrefour França não teve como objetivo mudar as regras de um mercado amplamente estruturado em suas cadeias de abastecimento locais, que segue as preferências regionais de nossos clientes. Com essa decisão, quisemos assegurar aos agricultores franceses, que estão atravessando uma grave crise, a perenidade do nosso apoio e das nossas compras locais.
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