CNBC Banco da Inglaterra mantém juros e alerta para incerteza global

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Eventual desaceleração global por tarifas de Trump atingirá o Brasil, diz diretora da Moody’s

Publicado 13/02/2025 • 22:09 | Atualizado há 1 mês

Redação Times Brasil

KEY POINTS

  • Se a economia global desacelerar, o apetite por risco dos investidores vai diminuir, e isso vai impactar o Brasil, diz Marianna Waltz.
  • Mesmo sem isso no radar, a expectativa da agência é que, para economia brasileira, o ano de 2025 terá mais problemas do que 2024: o PIB deve crescer menos e a inflação deve seguir alta.
  • O consumo das famílias, um dos motores da economia de 2024, não vai crescer da mesma forma nesse ano, segundo ela.

A economia brasileira terá problemas se houver uma desaceleração generalizada no crescimento global por causa das tarifas de importação que Donald Trump está impondo, afirmou Marianna Waltz, diretora América Latina da agência Moody’s, ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC nesta quinta-feira (13).

Uma das questões é a “diminuição de apetite” por risco dos investidores globais em uma situação como essa –isso iria encarecer o crédito para empresas brasileiras, disse ela

Por ora, a única nova tarifa que Trump determinou que pode atingir o Brasil é a que atinge todas as importações de aço pelos EUA. No entanto, disse Waltz, ainda deve haver negociação sobre essa taxa especificamente.

Ano de 2025 será pior que 2024

A diretora afirmou que em 2025 a economia brasileira enfrentará mais dificuldades do que no ano passado.

A previsão é que o PIB cresça 2% –o número do ano passado ainda não foi divulgado, mas é consenso de mercado que em 2024 o Brasil cresceu mais de 3%.

A inflação, disse ela, deve ficar em 5,67%, bem acima da meta de 3%.

O consumo privado, que foi o grande motor do crescimento econômico de 2024, deverá desacelerar, ela afirma.

Juros altos

Como a inflação deve seguir em alta, a previsão é que as taxas de juros também sejam altas. Isso terá diversas consequências –para os bancos, são três principais, segundo a representante da Moody’s:

  1. Diminui o apetite do setor bancário para risco. No ano passado o crédito subiu em 11%. Para esse ano, o BC já estima crescimento abaixo de 10%. Linhas mais arriscadas, como as que são direcionadas ao consumo e para pequenas empresas, devem ser as mais penalizadas.
  2. Inadimplência. Nível de consumo das famílias está elevado.
  3. Falências e recuperações judiciais devem aumentar.

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