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Brasil

Guerra comercial é alvo de críticas durante reunião do Brics

Publicado 04/06/2025 • 12:15 | Atualizado há 2 dias

Redação Times Brasil

KEY POINTS

  • Durante uma reunião em Brasília, nesta quarta-feira (4), parlamentares de países do Brics criticaram a guerra comercial promovida pelo presidente americano, Donald Trump, porém sem citar o governo dos EUA.
  • O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad, que comandou a reunião, insistiu na necessidade dos países do bloco em aumentarem o comércio entre si, ao criticar as medidas tarifárias de Trump.
  • O vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento da China, deputado Wang Ke, afirmou que com a volta da intimidação unilateral que "alguns países" estão usando para impor interesses próprios, a mentalidade da Guerra Fria volta ao mundo.

Lula Marques/Agência Brasil

Durante uma reunião em Brasília, nesta quarta-feira (4), parlamentares de países do Brics criticaram a guerra comercial promovida pelo presidente americano, Donald Trump, sem citar o governo dos EUA.

Como presidente do Brics em 2025, o Brasil sedia o 11º Fórum Parlamentar do Bloco, durante essa semana.

O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad, que comandou a reunião, insistiu na necessidade dos países do bloco em aumentarem o comércio entre si, ao criticar as medidas tarifárias de Trump.

“É grande nossa preocupação com o aumento de medidas protecionistas unilaterais injustificadas, inconsistentes com as regras da OMC [Organização Mundial do Comércio], incluindo o incremento indiscriminado de medidas tarifárias e não tarifárias e o uso abusivo de políticas verdes para fins protecionistas”, destacou o parlamentar.

Ele também acrescentou que apesar de um mundo menos cooperativo, o Brics continua firme “no seu compromisso de lutar pelo multilateralismo”, que busca construir soluções em conjunto com os países para os problemas comuns do planeta.

Guerra Fria

O vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento da China, deputado Wang Ke, afirmou que com a volta da intimidação unilateral que “alguns países” estão usando para impor interesses próprios, a mentalidade da Guerra Fria volta ao mundo.

“Alguns países estão aplicando tarifas em todos os lugares. Eles colocam abertamente seus próprios interesses acima do interesse da comunidade internacional e ignoram o sistema multilateral de comércio e as regras estabelecidas. Infringem gravemente os direitos e interesses legítimos de todos os países”, comentou.

Wang também defendeu a união dos países do Brics para enfrentar a incerteza econômica atual. “O Brics está se tornando cada vez mais a espinha dorsal da cooperação no Sul Global e o motor do crescimento. Devemos fortalecer a unidade e a cooperação e trabalhar juntos para salvaguardar nossos direitos e interesses legítimos”, concluiu.

O representante do parlamento do Emirados Árabes Unidos, Ali AlNuaimi, defendeu o uso do bloco econômico como uma ponte entre os povos, já que a ordem imposta após a 2ª Guerra Mundial deixou de existir.

“Infelizmente, muitas vezes, existe a ideia de, se eu ganho, você perde. E o princípio do Brics é o princípio de que todos possamos ganhar”, explicou.

Moedas locais

O deputado Mardani Ali Sera da Indonésia, que se tornou membro permanente do bloco este ano, defendeu a utilização de moedas locais nas forma de pagamento como ferramenta para a expansão do comércio entre os países. “Essas opções de pagamento reforçam nossa resiliência econômica para lidar com os desafios econômicos recentes”, destacou.

A substituição do dólar por moedas locais para o comércio é uma das principais apostas do Brics, porém a ideia recebeu críticas do presidente Trump, que prometeu taxar os países que parassem de usar o dólar.

África

O representante da África do Sul, o deputado Supra Mahumapelo, destacou os benefícios provenientes do ingresso de seu país como membro do Brics ao elogiar o trabalho do NDB – banco do Brics – e defender a reforma das instituições multilaterais da ONU.

“A arquitetura do sistema internacional promove um desequilíbrio pela influência desproporcional dos países desenvolvidos e das grandes corporações. Embora esse desequilíbrio continue no sistema de comércio global, essa arquitetura financeira está enraizada em arranjos unilaterais”, disse ele.

A reforma de organizações como a OMC, o FMI e o Conselho de Segurança da ONU, está entre as principais demandas do Brics. 

O deputado Busayo Oluwole Oke, da Nigéria, que assim como a Indonésia ingressou no Brics como parceiro neste ano, também criticou medidas protecionistas e sanções econômicas unilaterais.

“Vemos o início de uma nova ordem mundial com novos desafios. O comércio do Brics não é apenas uma meta, é uma necessidade. E isso se torna ainda mais crucial com as rupturas atuais ainda avançando na arena global do comércio ocidental. Que nós possamos diversificar nossos canais de comércio, menos dependentes de mercados internacionais”, afirmou.

América Latina

O parlamentar boliviano Felix Ajpi Ajpi, reforçou as oportunidades de investimento em seu país devido as maiores reservas de lítio do planeta. “Defendemos adicionar mais países para esse sistema moderno [do Brics]. Por isso, a gente agradece ao Brasil por apoiar a gente, para que possamos virar parceiros nesse mundo multipolar, que é uma solução pacífica para o desenvolvimento, já que sofremos muito tempo com o unilateralismo”, disse.

O vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores de Cuba, Alberto Nuñez Betancourt, destacou que o Brics é um desafio para hegemonia ocidental.

“O desafio dos Brics é promover o Novo Banco de Desenvolvimento [NBD] com uso de moedas locais e criando projetos com apoio financeiro que permitam a países da África e da América Latina explorar planos de tecnologia com melhores condições se comparados àqueles que são impostos pelo FMI”, destacou o parlamentar cubano.

O NDB – banco do Brics – tem atualmente cerca de 100 projetos financiados que somam aproximadamente US$ 33 bilhões. O banco tem um papel central na estratégia do bloco de ampliar os investimentos nos países do bloco e do Sul Global.

Agenda de quarta-feira (04/06)

  • 09h00 – 10h00 Chegada das Delegações estrangeiras (com Presidente do Senado)
    Local: Salão Negro
  • 10h00 – Foto oficial
    Local: Salão Negro
  • 10h30 – 12h00 – Solenidade de abertura do 11º Fórum Parlamentar do BRICS (com o Presidente do Senado)
    Local: Plenário do Senado Federal
  • 12h Almoço
  • 14h00 – 14h30 – Reunião com o Presidente da Câmara Baixa do Parlamento da Índia, sr. Om Birla
    Local: Presidência, Sala de Reuniões
  • 14h40 – 15h10 – Reunião com o Presidente da Assembleia Consultiva Islâmica do Irã, sr. Mohammad Bagher Ghalibaf
    Local: Presidência, Sala de Reuniões
  • 15h30 – 17h00 – Preside a 2ª Sessão de trabalho: Ação Parlamentar do BRICS em Busca de Novos Caminhos para o Desenvolvimento Econômico
    Local: Plenário do Senado Federal
  • 19h30 – 22h00 – Jantar oficial do 11º Fórum Parlamentar do BRICS
    Local: Palácio Itamaraty

*Com informações da Agência Brasil

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