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Startups de saúde e healthtechs no Brasil: setor desafia retração global e atrai investidores
Publicado 10/06/2025 • 16:44 | Atualizado há 2 semanas
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Publicado 10/06/2025 • 16:44 | Atualizado há 2 semanas
Startups de saúde cresceram novamente em 2024
Pixabay
Enquanto o mercado global de venture capital mostrou sinais de retração em 2023, com uma queda significativa nos aportes em startups de tecnologia em comparação ao ano anterior, o setor de startups de saúde no Brasil demonstrou resiliência e continuou sua trajetória de expansão em 2024.
De acordo com dados da Liga Ventures, as healthtechs brasileiras movimentaram R$ 799 milhões em 40 rodadas de investimento ao longo de 2024, sinalizando a confiança dos investidores no potencial do setor.
Especialistas apontam que, mesmo em um cenário econômico mais restritivo, a saúde se mantém como uma tese de investimento sólida. Fundos de venture capital parecem estar redirecionando capital para setores com demanda consistente e alto potencial de escala, como saúde digital, plataformas de gestão e biotecnologia, áreas onde o Brasil apresenta oportunidades significativas.
Quatro segmentos se destacam como focos preferenciais dos investimentos recentes:
• Inteligência Artificial na Gestão Hospitalar
Startups como a Laura Saúde, que aplica inteligência artificial para otimizar processos hospitalares, continuam a atrair atenção. Além dela, outras empresas brasileiras vêm protagonizando essa transformação. A Arvo, por exemplo, já processou mais de R$ 110 bilhões em sinistros e vem gerando economia de até R$ 25 milhões por ano para operadoras. “Combinando machine learning e IA generativa, conseguimos ampliar em 40% a produtividade das áreas de auditoria e promover sustentabilidade financeira ao setor”, afirma o CEO Fabricio Valadão.
Também com forte atuação na área, a iHealth (Grupo DoctorAssistant) já estruturou mais de 100 milhões de notas clínicas e oferece análises avançadas para faturamento, detecção de doenças raras e prescrição por voz. “Conectamos nossos sistemas em tempo real aos bancos de dados dos hospitais, inclusive com uso de microfones wearable para capturar e estruturar o atendimento clínico”, explica o CEO Angelo Orru Neto.
• Terapias Digitais (DTx) e Saúde Mental
Embora o mercado global de Terapias Digitais (DTx) ainda esteja em desenvolvimento, plataformas focadas em saúde mental e bem-estar ganham tração significativa no Brasil. A My Journey Health, por exemplo, utiliza protocolos validados como TCC e oferece suporte 24/7 com inteligência artificial. “Estamos conduzindo uma validação clínica em parceria com a UNICAMP e oferecendo jornadas personalizadas com base nos transtornos informados por cada usuário”, afirma André Almeida, cofundador da startup.
Outra aposta é a NeuroSteps, voltada à população autista e em desenvolvimento neurodivergente. Para Danilo da Rosa Patrício, cofundador da empresa, o diferencial está em colocar em prática conceitos que há anos são debatidos no setor. “Nossa solução é discutida pelo mercado há tempos. A diferença é que conseguimos operacionalizar os conceitos teóricos da gestão de eficiência em saúde. A resistência das operadoras é baixa, mas ainda enfrentamos desafios com redes credenciadas que não compreendem os princípios básicos de sustentabilidade e controle de dados.”
• Wearables e Monitoramento Remoto
O monitoramento contínuo de pacientes fora do ambiente clínico é uma fronteira em expansão. Empresas como a iHealth já permitem integração com dispositivos vestíveis, microfones e prontuários digitais. A prescrição por voz e o registro automatizado são exemplos de como a tecnologia pode aliviar a sobrecarga médica, aumentar a rastreabilidade e favorecer o cuidado proativo.
• Saúde Corporativa e Bem-Estar
A crescente preocupação das empresas com a saúde e o bem-estar de seus colaboradores impulsiona healthtechs voltadas ao segmento corporativo. A Medipreço, por exemplo, alia tecnologia e IA para otimizar o benefício de medicamentos em empresas. “Nosso sistema interpreta receitas por voz, aplica subsídio real com base no preço praticado e entrega em lockers inteligentes. Empresas como a Danone já observaram redução de custos e maior adesão à saúde”, destaca Bruno Souza de Oliveira, CEO da Medipreço.
A Digital Medicina, com o programa SaúdeAEnergia, também tem mostrado resultados expressivos. “Reduzimos em até 46% as faltas e 45% os gastos com planos de saúde nas empresas parceiras. O segredo está em dados concretos e planos de ação estruturados, alinhados com as exigências legais e emocionais do mundo corporativo”, explica o Dr. Leonardo Cordeiro de Paula, diretor técnico da empresa.
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A inovação também chegou aos bastidores do sistema. A Smarkets, startup de tecnologia para procurement, utiliza IA e data science para automatizar compras hospitalares. “Reduzimos em mais de 70% o tempo das aquisições e promovemos compras colaborativas com ganho de escala entre empresas do setor”, afirma Mônica Granzo, CEO da empresa.
O amadurecimento do mercado brasileiro de healthtechs também se reflete no movimento de fusões e aquisições (M&A). Embora dados da KPMG indiquem certa estabilização após anos de aquisições intensas, o setor segue em transformação. A Afya, por exemplo, adquiriu plataformas como a PebMed, e operadoras digitais como Sami e Alice continuam recebendo aportes relevantes.
Apesar dos desafios macroeconômicos, as perspectivas para o setor de healthtech no Brasil permanecem positivas. A digitalização crescente, a pressão por eficiência, o envelhecimento da população e a demanda por cuidado personalizado criam um terreno fértil para a inovação. E, como mostram os exemplos, o futuro da saúde está sendo desenhado agora — por startups que integram dados, tecnologia, ciência e propósito.
Alexandre Hercules Editor-chefe do Portal Brazil Health
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