Tribunal ordena prisão do prefeito de Istambul e provoca onda de manifestações
Publicado 23/03/2025 • 19:29 | Atualizado há 1 mês
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Publicado 23/03/2025 • 19:29 | Atualizado há 1 mês
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ESTADÃO CONTEÚDO
No domingo (23), um tribunal ordenou a prisão do prefeito de oposição de Istambul, Ekrem Imamoglu, junto com várias dezenas de co-réus, sob acusações de “corrupção”.
Aqui está o que sabemos sobre este caso, que o partido de oposição CHP do prefeito denunciou como um “golpe político” organizado pelo presidente Recep Tayyip Erdogan.
Imamoglu foi eleito prefeito de Istambul em 2019 e reeleito triunfantemente no ano passado. Ao vencer a maior cidade da Turquia (com quase 16 milhões de habitantes) e centro de negócios, o prefeito, de 53 anos, tornou-se o principal opositor de Erdogan.
O prefeito foi preso na madrugada de quarta-feira por “corrupção” e “apoio a uma organização terrorista” devido a um acordo eleitoral entre o CHP e um partido pró-curdo que as autoridades acusam de ter ligações com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), designado como grupo terrorista por Ancara.
A ordem de prisão preventiva, obtida pela AFP no domingo, afirma que “Ekrem Imamoglu está sendo detido por estabelecer e liderar uma organização criminosa; aceitar subornos; corrupção; gravação ilegal de dados pessoais; e fraude em licitações”.
A ordem prosseguiu dizendo que “embora haja uma forte suspeita de culpa pelo crime de apoio a uma organização terrorista armada, não é necessário neste estágio” ordenar sua detenção por essas possíveis acusações “já que foi decidido prendê-lo por crimes financeiros”.
Imamoglu foi destituído do cargo de prefeito e colocado em detenção.
Cerca de 90 pessoas foram presas na quarta-feira, incluindo dois prefeitos de distrito de Istambul, um por “corrupção” e o outro por “terrorismo”.
Ambos os funcionários eleitos são membros do Partido Republicano do Povo (CHP), um partido social-democrata e secular fundado por Mustafa Kemal, pai da República Turca.
O CHP possui 134 assentos no parlamento, em comparação com 272 do AKP de Erdogan.
Nas eleições locais de março de 2024, conquistou 35 das 81 capitais provinciais, onze a mais que o AKP.
Venceu nas principais cidades, incluindo a capital Ancara, Izmir, Antalya e a importante cidade industrial de Bursa.
Imamoglu deveria ser nomeado no domingo como candidato do CHP para a próxima eleição presidencial, marcada para 2028, em uma primária na qual ele é o único candidato.
Na terça-feira, poucas horas antes de sua prisão, o cancelamento de seu diploma já havia colocado um obstáculo em seu caminho, já que a Constituição Turca exige que todos os candidatos presidenciais tenham um diploma de ensino superior.
Em 2023, Imamoglu não foi lançado por seu partido na corrida presidencial devido a uma sentença de dois anos e meio de prisão por “insultar” membros do Comitê Eleitoral Superior da Turquia. Seu recurso ainda está pendente.
O CHP decidiu seguir adiante com sua primária no domingo e convocou todos os turcos, mesmo aqueles não registrados no partido, a participar na esperança de transformar essa eleição em um referendo. A prefeitura de Istambul informou que 15 milhões de pessoas votaram na primária, sendo 13 milhões delas não membros do CHP.
A prisão de Imamoglu desencadeou as maiores manifestações do país desde os protestos de Gezi em 2013, que começaram em Istambul devido à demolição de um parque local.
Centenas de milhares de pessoas foram às ruas de Istambul nas noites de sexta-feira e sábado, com grandes manifestações em outras cidades, notadamente Ancara e Izmir.
No total, ocorreram manifestações em pelo menos 55 das 81 províncias da Turquia, ou mais de dois terços do país, segundo uma contagem da AFP.
Analistas dizem que os protestos, em grande parte liderados por jovens, refletem descontentamentos que vão além da prisão de Imamoglu.
Diante desses protestos, as autoridades turcas pediram ao X que fechasse mais de 700 contas, informou a plataforma online.
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