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Corte no orçamento e aumento do IOF geram incertezas no mercado, diz especialista
Publicado 24/05/2025 • 22:25 | Atualizado há 3 semanas
Publicado 24/05/2025 • 22:25 | Atualizado há 3 semanas
Na última sexta-feira, o governo anunciou o congelamento de R$ 31,3 bilhões em gastos e o aumento das alíquotas sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), como parte de um plano para o controle fiscal do país. Horas depois, a Fazenda decidiu revogar esse aumento devido à má reação do mercado.
Essas oscilações mexeram com o mercado e com as expectativas de investidores da Bolsa. Segundo Eduardo Velho, sócio-estrategista da Equador Investimentos, o mercado mantinha expectativas baixas quanto ao congelamento de despesas, de no máximo R$ 10 bilhões, o que gerou até uma surpresa positiva. Em entrevista ao Times Brasil — Licenciado Exclusivo CNBC, Eduardo diz que esses anúncios “surpreenderam”.
No entanto, quanto às decisões em relação ao IOF, as reações foram de “decepção”, o que refletiu nos resultados da Bolsa de Valores. “O IOF anulou o efeito positivo, de certa maneira, que ia gerar na Bolsa. Então, acho que o IOF realmente foi uma certa frustração”, diz o especialista.
Apesar dos ruídos, o Ibovespa fechou a semana com leve alta. Para Velho, isso reflete uma postura cautelosa dos investidores diante de incertezas fiscais. “Foi quase um impacto neutro. A arrecadação estimada com o IOF, de quase R$ 60 bilhões, parece superestimada. Já tem gente ajustando aportes de previdência para escapar da nova taxação”, destacou.
Velho também comentou sobre o argumento do governo, que justificou a nova cobrança com a ideia de justiça tributária. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que contribuintes de alta renda estariam usando instrumentos como o VGBL para evitar impostos. Para o economista, esse comportamento é reflexo da carga tributária excessiva no país. “É um sinal claro. Quando você começa a aumentar muito a taxação, o investidor busca alternativas menos tributadas. É racional”, avaliou.
Ele ainda criticou a falta de debate sobre as medidas. “Isso não foi discutido com a sociedade nem com o Congresso. É um sinal claro de esgotamento das tentativas de ajuste fiscal via aumento de impostos. O Brasil precisa urgentemente de reformas estruturais”, afirmou. Eduardo Velho ainda destacou o peso das despesas obrigatórias: “Hoje, cerca de 95% do orçamento está comprometido com Previdência, transferências constitucionais e pessoal. O Brasil está encurralado”, alertou.
No cenário internacional, Eduardo Velho comentou também sobre os efeitos da política fiscal dos Estados Unidos. Com a aprovação de novos pacotes de cortes de impostos pelo governo Trump, a tendência é de crescimento do déficit fiscal americano, o que pode elevar os juros e provocar instabilidades futuras. “O déficit americano pode chegar a 9% do PIB em alguns anos. Isso já está provocando fuga de ativos em dólar para o ouro e outros metais”, afirmou.
Ao final da entrevista, o economista reforçou a necessidade de o Brasil repensar seu modelo fiscal. “Ou se aumenta ainda mais a carga tributária — o que tem limite — ou se reduz o papel do Estado na economia. Esse é o grande dilema hoje”, concluiu.
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