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‘Workslop’ gerado por IA ameaça produtividade e confiança em empresas
Publicado 23/09/2025 • 18:41 | Atualizado há 1 mês
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Publicado 23/09/2025 • 18:41 | Atualizado há 1 mês
KEY POINTS
Pixabay
Inteligência artificial pode auxiliar no campo da terapia regenerativa
Algo estranho começou a chamar a atenção do professor de Stanford Jeff Hancock em 2022, pouco depois do lançamento do ChatGPT. Ao corrigir trabalhos de seus alunos, percebeu que vários textos tinham um ar sofisticado, mas soavam artificiais e repetitivos. “Pareciam bons, mas havia algo fora do lugar”, contou ele à CNBC Make It.
“Em uma turma de 100 alunos, notei que cerca de dez trabalhos apresentavam o mesmo tipo de ‘erro’ difícil de explicar.”
Essa sensação, compartilhada por outros pesquisadores, como Kate Niederhoffer, ganhou um nome: workslop. O termo se refere a conteúdos produzidos por inteligência artificial que imitam qualidade, mas carecem de substância para realmente avançar uma tarefa.
Segundo estudo conduzido pelo Stanford Social Media Lab, liderado por Hancock, e pela BetterUp, onde Niederhoffer é vice-presidente de pesquisa, o workslop inclui textos longos, cheios de floreios e frases rebuscadas, mas que pouco acrescentam. Para quem recebe, a experiência é cansativa e confusa, levando à desconfiança: “Será que isso foi escrito por uma pessoa ou por uma IA?”, questionam muitos.
A pesquisa revela que 40% dos trabalhadores em tempo integral nos EUA receberam workslop no último mês. Em média, 15% do conteúdo que chega às mãos dos profissionais é considerado inútil ou produzido de forma descuidada — com maior incidência nos setores de tecnologia e serviços profissionais.
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O problema não está restrito a textos. O workslop aparece também em códigos de programação, apresentações incompletas ou e-mails mal estruturados. O resultado é sempre o mesmo: retrabalho e perda de confiança.
Um executivo do setor financeiro relatou que, ao receber um relatório gerado por IA, se viu diante do dilema de refazer tudo sozinho, pedir ao colega que reescrevesse ou simplesmente aceitar um material ruim. Já um diretor de varejo disse ter perdido tempo revisando informações, pesquisando dados por conta própria e ainda convocando reuniões extras para resolver as falhas.
De acordo com Jeff Hancock, há sinais claros: textos redundantes que poderiam ser resumidos em poucas linhas. Kate Niederhoffer acrescenta que a consequência vai além da produtividade: “Você passa a julgar quem enviou aquele material. Pensa: será que essa pessoa não sabe trabalhar? Não confio mais, não quero colaborar com ela novamente.”
O fenômeno traz custos expressivos. Em média, profissionais gastam quase duas horas por mês lidando com suas consequências — o que equivale a um prejuízo estimado de US$ 186 (R$ 993) por funcionário. Em uma empresa com 10 mil empregados, o impacto chega a US$ 9 milhões (R$ 48 milhões) anuais em produtividade, segundo cálculos dos pesquisadores.
Além da dimensão financeira, há efeitos emocionais: 53% relatam irritação, 38% ficam confusos e 22% chegam a se sentir ofendidos ao receber esse tipo de conteúdo. Quase metade dos trabalhadores passa a considerar o colega menos criativo, competente ou confiável, e cerca de um terço avisa o gestor sobre o problema.
Trabalhos mal feitos sempre existiram, mas a inteligência artificial tornou o processo mais rápido e volumoso. “Para eu entregar algo ruim, ainda preciso me esforçar um pouco. Agora consigo gerar muito conteúdo inútil com um clique”, afirma Jeff Hancock. Já Kate Niederhoffer ressalta que o peso recai sobre quem recebe: “É jogar o problema no colo do outro sem perceber o quanto isso custa.”
Especialistas defendem que a responsabilidade de mitigar o fenômeno deve partir das empresas. Isso passa por criar diretrizes claras para o uso da IA, promover transparência sobre quando a tecnologia é aplicada e incentivar o debate nas equipes sobre qualidade e propósito.
Segundo Hancock, avisar que um material foi produzido com IA pode evitar mal-entendidos e facilitar ajustes. Já Niederhoffer destaca a importância de gestores estimularem a autonomia e a experimentação, em vez de incentivar o simples “copiar e colar”. “A IA pode ser incrível para dar mais controle ao profissional, mas não deve substituir o desenvolvimento das próprias habilidades”, conclui.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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